quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


É mais um daqueles dias em que me arrependo de sair da cama, infelizmente já são muitos. São mais do que o limite saudável permite. Parece então que, oficialmente, sou doente. Estou farto de acordar e saber o que vai acontecer, saber que vou ter que levar com merdas, saber que vou ter que me matar a estudar.
Os intervalos tornaram-se diferentes. O meu “melhor amigo” já nem espera por mim, não me pergunta para onde vou, e quando calha sairmos da sala ao mesmo tempo, ele apressa o passo, para não ficar sozinho comigo, e junta-se aos outros. Mas ele nunca me compreendeu, sempre concordei com o que ele dizia – apesar de não concordar com muitas delas – para não arranjar discussões. Discussões que ele fazia sempre questão de ganhar. Encontrei um amigo, um velho amigo e aliado, que me compreende. Prefiro passar tempo com ele do que com os outros, sem dúvida alguma. Entre nós não há “não à vontade” e podemos ser nós próprios. Thanks dude.
Hoje na primeira aula, dei 7 lenços. Não estou a brincar. Parece que sou o pai do ranho. Até o meu último lenço dei. Porque? Porque não sou capaz de recusar quando me pedem uma cena, por mais que tente ser mau, não consigo ser má onda. Já me habituei que, quando chamam por mim, é para me pedirem qualquer coisa, pelo que quando chamam por mim, mentalmente pergunto-me “queres lenços, tesoura ou fita-cola?”.
Sinto que nada mudou com o blog, pelo contrário, cada vez ando mais depressivo e sem vontade de viver. Não consigo encontrar um bom motivo em nada. Mas não creio que isto tenha a haver com o blog, ele simplesmente me dá mais margem de desabafo, pelo que é normal “explodir” mais vezes. Vou passar a tarde inteira a estudar para o teste de amanhã e não me sinto minimamente preparado. Sei que há colegas meus que vão ler a matéria à pressa antes de se irem deitar e vão ter melhor nota que eu – fiz resumos, sublinhei, perdi horas naquilo. Cada vez sinto mais que o mundo me está a excluir. Sinto a vida a passar por mim, enquanto fico parado, sem saber para onde ir.


Hoje, fiz uma coisa extremamente cobarde. Para não levar com as bocas de uma certa pessoa na aula, decidi baldar-me. Sim, não faz sentido que eu deixe essa pessoa controlar a minha vida, eu sei. Nunca deixes que ninguém influencie as tuas escolhas. Mas estou tão farto que, mais uma palavra daquela boca, fazia qualquer coisa de grave. Ou desatava a chorar no meio da sala. As pessoas não percebem que há um limite? Uma pessoa aguenta muita merda, mas chega a um ponto em que não dá mais. Umas aguentam mais que outras. Sei que o que fiz foi errado, mas não me arrependo. Nunca me arrependo do que faço.

Mas bem, quando estava a vir para casa, parei num centro comercial e entrei numa livraria. Fui logo até a secção do Stieg Larsson e encontrei um novo volume que me fez saltar a tampa, por pouco não ia começar aos gritos ali no meio. Passei meia hora a analisar o livro. Chama-se “Os Segredos da Rapariga Tatuada”, em que basicamente, é passada toda a Trilogia Millenium a raio X. Questões pertinentes do tipo “Porque é que o Stieg morreu assim que entregou os livros às editoras suecas? Se estivesse vivo, seria agora portador de uma grande fortuna” ou “Porque é que nos sentimos tão atraídos pela heroína da trilogia, Lisbeth?”. 
Pelo que percebi do livro – vou compra-lo *-* - parece que a Trilogia Millenium foi uma forma que – sem acusar diretamente ninguém – o Stieg arranjou para retratar a realidade. Este livro diz que muitas das cenas retratadas da Trilogia foram baseadas em factos reais. Dan Burstein, o principal autor deste livro, pensa que a morte de Stieg Larsson não foi de ataque cardíaco. É muito estranho morrer-se assim que se acaba de entregar às editoras, uma saga de livros que descreve a realidade tal como ela é. Para mim queriam calá-lo antes que ele falasse demais. O livro refere também que muitas pessoas antes de lerem o livro o achavam desinteressante, pois só fala de sexo e violência. Mas depois de o lerem, mudam completamente de opinião, e dizem ter lido a melhor saga de sempre.
Se não leram, leiam. Se não for por prazer, façam-no para saber algo mais do que se passa no mundo, neste caso a violência às mulheres. Vão descobrir que os livros não são só livros. Há muito mais por descobrir. O querido Stieg não inventou – tenho toda a certeza – nem 20% das situações retratadas nos livros.
A forma dele de denunciar os abusos, causaram-lhe a própria morte.
É preciso ser extremamente corajoso para fazer o que ele fez. 

Qual é o mal de ser diferente? Gostas de me humilhar só porque não sou como tu?
Porque?


6 comentários:

  1. I looooove Lisbeth!! <3
    Ela é daquelas personagens que nos fazem desejar estar no livro nem que fosse só para as conhecer. Faz-me pensar sobre mim, sobre o que eu queria ser, sobre a sociedade e sobre a vida em geral de uma maneira que quase nenhuma outra personagem consegue, e por isso a morte do Larsson é para mim extremamente infeliz. Mas não consigo deixar de pensar nesse livro de análise como uma forma muito polida de sacar o guito ao pessoal que gosta da triologia, just sayin
    Depois posta a tua opinião se o comprares ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já o comprei, mas ainda não tive tempo de o ler, depois vou postar o meu feed back, claro ;)
      Exacto, um dos primeiros capítulos do livro explica porque é que quase toda a gente que lê Millenium fica com a Lisbeth na cabeça, enfeitiçado por ela. O Larsson é um herói, os livros Millenium são baseados em factos reais e acho que foram escritos com o objectivo de denunciar uma data de cenas, de pessoas. Mas infelizmente o elevador da redacção da Millenium avariou e ele teve que subir acho que 7 lanços de escadas, e teve um ataque cardíaco, morreu e nunca saberemos o que ele sabia.
      O que será que aconteceu nesses 7 lanços de escadas?
      Ya, eu também pensei isso... Depois do sucesso que os livros do Larsson tiveram, se escrever um livro sobre eles, vai vender imenso e vai render-me imenso guito. Mas o livro tem cenas realmente interessantes, vale a pena.

      Eliminar
    2. Acredito, até porque fiquei morta para o comprar, mas como só este ano já comprei dezenas de livros e ainda não tive tempo para ler nem metade, achei melhor esperar xD
      Quando li sobre a morte do Larsson, achei logo que cheirava a esturro... ainda para mais porque a história é baseada em factos reais parece-me que um ataque cardiaco a subir 7 lanços de escada é muito conveniente. Era mais por isso que queria ler o livro, para aprofundar um bocado a cena ^^

      Eliminar
    3. Yeah, tenho bué pouco tempo livre e quando o tenho, tenho preguiça de ler xD. Claro que é esturro. Podiam ter inventado uma história melhor lol. O livro não tem muitos diálogos nem acção, é uma cena mais teórica, por isso é um bocado mais secante de ler xP

      Thanks pelo comment, é bom saber que existem mais Salanders por aí ;)

      Eliminar
    4. Ahaha de nada, bloggers gotta stick out for each other right? ;)
      Mais a mais, vi a foto da miss salander e TINHA que comentar... se a lisbeth aparece num post, seja ele qual fôr, eu comento seja lá o que fôr, that's just how I roll xDD

      Eliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar