quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


Why am I so emo?

Sinto-me extremamente sozinho. Em parte a culpa é minha, porque sempre afastei as pessoas. Sempre tive uma barreira à minha volta que as afasta; afasta-as de tal forma que quando a turma dispersa, acabo sozinho. Quando escolhem equipas em educação física sou sempre o último a ser escolhido. Mas o mais cómico é que as pessoas estão sempre a chamar-me, para me pedirem coisas emprestadas, para perguntarem se o meu apelido é Vodka, para me perguntarem porque é que venho vestido à Loft.
Sinto falta do meu melhor amigo do 9º ano. Ele compreendia-me, estávamos sempre na casa um do outro, pensávamos da mesma maneira, tínhamos aulas de guitarra juntos, tínhamos um grupo brutal de amigos, bastava ligar-lhe e dizer que estava mal, e em 20 minutos ele já me estava a apoiar, ou eu a ele. Foi a melhor pessoa que alguma vez esteve na minha vida. Antes de o conhecer não era nada, era só mais um puto solitário rodeado de falsos conhecidos. Assim que eu e o PN ficámos melhores amigos tudo se tornou perfeito. Tinha o melhor amigo do universo, os  melhores amigos e amigas de sempre. Lembro-me de ter ido passar as férias de Verão à casa dele para os lados de Castelo Branco, e de a mãe dele me ter arranjado um quarto para dormir, lembro-me de recusar e perguntar se podia dormir com o PN. Ficávamos na cama a contar histórias de terror um ao outro para ver quem se assustava mais até adormecermos.

Tenho a certeza que se ele ainda estivesse ao meu lado, eu não estaria assim. 


Fuck, we were twins. 

Mas no terceiro período do 9º ano aconteceu “todo o mal” e ele deixou-me. Toda a gente me deixou. Desde então tenho tentado subir, mas nunca consegui recuperar. A rejeição é dos piores sentimentos que se pode experimentar.
No segundo período do 9º ano uma rapariga começou a gostar do PN. E eu apaixonei-me por ela (não, não foi esse o motivo de nos termos separado). O PN ao principio sentia uma atracão por ela, mas uma amiga dela começou a falar com ele por msn e ele acabou por se apaixonar por essa. E eu comecei a falar com a M. E ela começou a gostar de mim.
Lembro-me do primeiro encontro como se fosse ontem… Fomos até ao mini almoçar e depois ficamos abancados no benga a conversar. Quando voltamos para a escola – estávamos a atravessar o pátio principal – ela perguntou-me “posso-te fazer passar uma vergonha?” eu respondi que sim, e ela beijou-me. Foi a minha primeira namorada a sério e aquela de que gostei mais. Ainda hoje não a consigo esquecer. Lembro-me dos intervalos passados no bloco F com ela, só nós os dois, e lembro-me que chegávamos atrasados a todas as aulas. Ela era inteligente e tinha o mesmo gosto musical que eu, compreendia-me, eu considerava-a tipo a minha alma gémea. Era tudo o que eu precisava para ser feliz. *Para quem é apologista da expressão “a felicidade está em ti mesmo” eu respondo “mentira, a felicidade só é verdadeira quando partilhada”* Mas tal como tudo o que é perfeito, durou pouco tempo. Três semanas para ser mais exacto.
Nunca mais encontrei ninguém como ela.


Voltando à história da rejeição, tudo aconteceu porque eu fiz merda, não vou dizer o que agora. Mas todos me deixaram. O que eu fiz não foi nem de perto justificação para o que eles fizeram. E o PN devia ter ficado lá para mim, para me apoiar. Acho que ele ficou tão confuso que acabou por ficar do lado da maioria. Só sei que isso me estragou por dentro. Desde esse  dia tenho começado com as depressões e com as tendências associais. Nada mais foi o mesmo. Acho que vocês só por lerem o meu blog, me conhecem melhor do que as pessoas com que me dou actualmente. Estupidamente só me sinto “de volta” quando bebo. Depois passa e volta tudo ao mesmo, nada mudou.
Tenho saudades das pessoas que realmente marcaram de alguma forma a minha vida e que foram embora. Pode parecer triste, mas às vezes penso que a única presença constante que tenho na minha vida é a minha mãe. Tenho saudades do PN e da M, e do resto de todos os meus amigos. Ainda hoje o vejo, ele é da minha escola. Nestes dois anos que passaram as únicas palavras que trocámos foram “tão, tudo bem?” – pergunta à qual nenhum de nós respondia.
Tive que seguir em frente, e não tive apoio nenhum, nenhum. A única pessoa que ainda era minha amiga era o meu primo. Fiz 16 anos e contei-lhe um segredo – ao meu primo – e pedi-lhe para não contar a ninguém. Ele contou especificamente à pessoa a quem eu pedi para ele não contar, pelo que levei porrada e ainda me roubaram no fim. Pedi ao meu primo para me ajudar a recuperar as cenas e disse-lhe que o desculpava por ter aberto a boca. Ele respondeu “Não tenho nada a ver com isso. Entende-te com quem te roubou, ou tens medo dele?”. Depois de tudo o que passei esta merda deitou-me completamente abaixo.
Tive que me esforçar para voltar a ter amigos, e mesmo assim o meu actual melhor amigo não passa de um falso conhecido. Quantas pessoas estão comigo? Provavelmente menos de 3.

Só quero voltar a ter um amigo.
Alguém com quem não precise de me armar em forte.
Alguém que não me chame paneleiro por chorar.


I don’t live on Earth. My planet doesn’t have stars.



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