segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Depressive SWAG


Quem me dera ter alguma orientação. Receber uma lista com coisas para fazer, com um quadradinho em branco – que ia preenchendo com uma cruz à medida que realizava as tarefas. Pelo menos desta maneira não andaria perdido. Tinha um objectivo.
Isto é metade de mim a pensar.
A outra metade não quer cumprir os objectivos dos outros, mas sim criar os seus e lutar por eles. Mas para isso era necessário ter algum objetivo.
Por exemplo a escola. Metade da minha turma está-se completamente a cagar para aquilo, e no entanto dão-se ao trabalho de ir às aulas – coisa que não percebo e coisa que questiono constantemente.
Mas eu não me tou a cagar. Eu odeio as aulas, ya, mas quero muito ir para a universidade, arranjar o meu canto, e fazer algo de útil da vida. Não sei o que quero seguir, mas podia usar a universidade e o meu canto como motivações para me esforçar mais na escola. Infelizmente – e estupidamente – quando estou a marrar a minha motivação não é a universidade nem o meu próprio canto, mas sim para agradar à minha mãe na esperança que ela me aumente ligeiramente a mesada. É ridículo, mas pronto.
Só muito recentemente percebi que gosto bastante de jornalismo, e quando estava a estudar para o último teste pensei “quero ir para jornalismo, quero escrever para as pessoas, saber quem eram esses otários dos sans-culottes não me vai ser útil em nada, mas é preciso”. O teste correu-me bem até, e espero no mínimo um 15. O estudo rendeu muito mais do que quando a minha motivação era a minha mãe aumentar-me a mesada.
Agora a guitarra. Sempre quis que a guitarra fosse a minha paixão, mas acabei por forçar tanto esse querer que acabei por perder metade do interesse que tinha por ela. O meu objectivo era poder tocar para mim, quando estou sozinho, e tirar prazer nesse tocar solitário. Era poder tocar para os meus amigos entre risos, e boa onda. Nunca foi tocar num grande palco para ser seguido por milhares de pessoas.
Cheguei a um ponto tal que agora toco para não desiludir as pessoas. Toco para não desiludir a minha mãe que investe nas minhas aulas de guitarra à 3 anos. Toco para não desiludir o Marco – o meu professor e amigo -, que me ensina pacientemente à 2 anos (o primeiro ano não foi com ele). E toco para não desiludir a banda organizada pela escola em que me meteram. Eles querem ganhar as audições e precisam de mim.
Cheguei à conclusão que não faço nada por mim, é triste eu sei. A única coisa que eu sinto que faço mesmo por mim é quando escrevo para o blog. 


É anormal eu sentir-me bem sozinho? É anti-social? É triste?
 Estas coisas são consideradas más pela sociedade, mas eu não posso considerar que coisas que definem o meu bem estar solitário sejam consideradas más. Pura e simplesmente coisas más não podem definir uma coisa boa.
Por isso é que acho estranho quando me sinto realmente bem na presença de alguém. Pode ser alguém que conheço à anos, pode ser alguém que acabei de conhecer. I’m weirdo, and I like it – sometimes. Há pessoas que podem tornar a tua vida num autentico inferno só por não gostarem da tua maneira de ser, e fazerem questão que toda a gente saiba disso.
Uma gaja da minha turma não gosta de mim e faz questão de dizer – num momento de silêncio – em voz alta, numa aula “eu não gosto dele, ele é estranho”. Senti um ódio imenso. Só me apetecia gritar com ela, atirar-lhe a cabeça contra a parede e perguntar-lhe se humilhar as pessoas tornava a vida dela melhor. Depois de me acalmar percebo que não vale a pena. Não lhe vou dar o prazer de ter a minha atenção. Tipo o que eu quero dizer, expressar, é que não me interessa se me acham estranho, se acham digam-me na cara, não é em frente a uma data de pessoas. Se me acham estranho não falem comigo, se me desprezam tanto quanto fazem crer às pessoas, porque é que perdem tempo a falar mal de mim?
Tipo estas merdas revoltam-me mas não há nada a fazer. É cagar e andar.

Outra coisa que me define é o facto de por vezes não saber o que dizer. Penso tanto naquilo que quero dizer que acabo por não dizer nada. Engasgo-me com as palavras ou gaguejo imenso. Isso não significa que não tenha nada para dizer, significa apenas que gosto tanto de ti que tenho medo de dizer qualquer coisa errada.
                                                                                                                                                                                           

Hoje fiquei outra vez doente. Acordei super maldisposto e com febre. Portanto estou sozinho em casa enquanto todos os meus colegas se divertem na escola. Quando dizemos a alguém que estamos doentes esperamos uma resposta do tipo “que aconteceu? Estás bem?”, mas quando mandei mensagem a um amigo a dizer que estava doente ele respondeu “puto, és tu que tens a chave do cacifo, onde é que eu deixo a mala na hora de almoço? -.-“.
Se isto me tivesse acontecido à uns tempos atrás provavelmente teria começado a deprimir bué, mas honestamente, hoje não me senti mal. Acho que se tornou o tipo de coisa a que estou habituado lol. A parte boa de estar doente é que não tenho que ir à escola. Ultimamente quando acordo e penso que tenho que ir para a escola dá-me uma imensa vontade de voltar para debaixo dos lençóis e esquecer tudo. Todos os dias ir para escola é um sacrifício. Não devia ser assim... Perguntei a uma amiga minha se ela sentia o mesmo e ela disse que acordava sempre feliz por ir para a escola. What kind of human are you?
A maior parte das pessoas que acorda feliz para ir para a escola é por causa dos amigos e não por causa das aulas. Guess what, quando penso nas aulas que vou ter que aturar vou-me abaixo. Quando penso nas pessoas que vou ver na escola e que me vão olhar de lado e chamar-me estranho quando passar por elas, começo a chorar. Sinto que ao escrever isto estou a ser extremamente egoísta. Não faço senão lamentar-me da vida. O mundo não gira à minha volta.

Tenho o hábito de ficar doente nos dias em que acontece sempre alguma coisa de interessante na escola. Quando vou, o dia todo é um tédio imenso quase impossível de suportar, mas é incrível a quantidade de mensagens que recebo nos dias em que não vou a dizer que nesse dia devia ter ido. Provavelmente também já vos aconteceu o mesmo.





(every fucking single day)

Confesso que tenho imensas saudades do campo. Pode parecer estranho dito por um rapaz de 16 anos, quando a maior parte do pessoal da minha idade prefere sem dúvida a cidade, onde toda a acção decorre (Itálico). Mas como já como já ouvi dizer “as melhores coisas da vida são grátis”. Nada pode comprar o sossego do campo, nem o cheiro do orvalho e a brisa matinal quando acordam, especialmente se juntarem a isso o canto dos pássaros, e a neblina que não vos deixa ver mais do que 5 metros para a frente, e que se vai dissipando ao longo da manhã. Nada pode comprar o canto das cigarras à noite, nem a vista para um céu iluminado de estrelas que são completamente invisíveis na cidade.
Sinto falta das árvores e das folhas.



domingo, 29 de janeiro de 2012

Boring Sunday



Sexta-feira fui convidado para uma festa. 
Durante a tarde desse dia aconteceram umas cenas que me puseram mesmo mal, enfiei-me no quarto com o meu canivete, comprado numa feira medieval em Santa Maria da Feira. Não o cheguei a usar, claro.
Liguei ao meu friend a dizer que não estava com espírito para festas e que não ia. Ele começou a tripar imenso comigo, e lá me conseguiu convencer a ir. Quando cheguei a casa dele ainda não tinha chegado ninguém, passados uns 20 minutos chegou o primeiro casal. Jantámos e fomos para a garagem dele. Pouco depois chegou o segundo casal. Depois voltamos a subir, e chegou o terceiro casal.
Resumindo, passei a noite quase toda rodeado de casais aos melos enquanto eu segurava a vela. Não foi assim muito mau, mas foi chato, senti-me um bocado lonely lol.
Adormeci no chão com um cobertor por cima e o meu casaco a fazer de almofada por volta das 5 da manhã.
Acordei às 8h00 e bazei logo. Quando se foi despedir de mim à porta disse que a festa continuava à noite. Poker face and get out.
A primeira coisa que fiz quando cheguei a casa foi mandar mensagem a uma amiga, a resposta chegou 3 horas depois.
Como eu sonhei que a noite seria:



Estou na típica situação em que me deixei apaixonar pela minha melhor amiga – tendo ela namorado. É doloroso imagina-la aos beijos ou abraçada a ele. É doloroso ver nos contactos dela “namorado :$”.
Digo isto aqui porque alguém pode estar na mesma situação e eu quero passar a mensagem de que não estás sozinho.
Apesar de ser horrível, aguentar é a minha única hipótese. Não a quero por na posição “ou acabas com ele ou desapareço da tua vida”, por isso vou fingir que está tudo bem e continuar o mesmo de sempre. O namorado dela obviamente é super popular, sai todos os fins de semana e tem bué fotos com a tropa dele no FB. Não o estou a criticar, só a constatar factos. Quando soube que eles tinham voltado, pensei em desaparecer da vida dela, para não sofrer. Pensei até em tornar-me num otário insuportável para ela me expulsar, mas não fui capaz. Gosto demasiado de a ter comigo, e tomei a decisão de ser o melhor amigo possível para ela. Vou deixar de atrofiar, e não vou tentar esquece-la. Tentar esquece-la ia magoar-me mais do que se o tentasse fazer.
Eu desiludi-a, mas vou fazer tudo por tudo para remediar isso. Ela é das pessoas mais compreensivas, fofinhas, divertidas e, acima de tudo, leais que já conheci. E conheci muito poucas assim.

Não te vou obrigar a escolher, porque te amo.




Quando fui ver os meus mails hoje de manhã, reparei que tinha recebido um da Ordem dos Bardos a anunciar um encontro em Sintra dia 28 de Janeiro, ou seja, ontem. O encontro foi uma festividade céltica dedicada a Brighid, a Deusa dos Curadores.
Obviamente fiquei sad por ter visto o mail demasiado e por não ter podido ir. À hora do encontro – 17h00 – estava eu no meu sétimo sono.
O próximo encontro não vou falhar, por nada mesmo. Entretanto, no mesmo mail vinha a notícia de que o Philip Carr-Gomm, o chefe internacional da Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas, vem cá a Portugal em Abril para duas palestras. Uma sobre O Druidismo Como Caminho Espiritual, outra sobre O Druidismo e o Oráculo Animal Dos Druidas. Vou adorar a do oráculo animal, sem dúvida. Já estive com ele, em Yorkshire, mas era tão puto que não tinha nada de interessante para lhe perguntar. Agora estou a trasbordar de perguntas.


A coisa que eu mais quero neste momento é estar bem. Parece impossível porque todos os dias sem excepção acontece uma merda qualquer com que tenho de lidar. Sei que toda a gente tem os seus problemas, e o meu problema é que me foco demasiado nos meus, e dou-lhes a atenção que eles não merecem e que devia dar a outras coisas.
Até ficava a escrever mais um bocado, mas a minha mãe tá a chamar-me e não quero dar-lhe mais pretextos para começar uma discussão.

Anyway, uma música que me deixa sempre bem disposto é a Just Tonight, dos The Pretty Reckless, oiçam.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Hey!
Devem achar-me um blogger horrível. Todo entusiasmado nos primeiros dias, com um post enorme e todo produzido por dia, e agora parece que deixei morrer isto. Tenho mesmo chegado a casa, estudado, algum tempo para relaxar e é tudo, depois vou logo dormir.
Hoje fiz um teste - para o qual estudei a semana inteira -, e correu-me bem. A maior pergunta, a de desenvolvimento era a última e como já estava na hora de entregar os testes foi feita assim um bocado à pressa. Mas espero ter de 14 para cima. Este teste era mesmo importante porque precisava dele para subir, no período passado só houve um teste nesta disciplina e tive mesmo má nota, por isso agora tive que dar tudo por tudo.
Todos os dias me lamento por não escrever no blog, mas pronto. E nas próximas duas semanas vai ser assim, porque vão ser só testes. Depois sim, vou poder dedicar todo o meu tempo à escrita e à divulgação dos meus interesses.
Além de que se tiver notas razoáveis a minha mãe me deixa "em paz", e dá-me mais liberdade e isso. Não sei se têm passado por aqui todos os dias, mas se passaram, consigo compreender o vosso desapontamento por não haver nada de novo. Mais uma vez peço desculpa.




Já vi o filme Millenium - Os Homens Que Odeiam As Mulheres - versão americana - no cimena, e confesso que fiquei agradavelmente surpreendido. Aliás, bastante mesmo. O filme está brutal, tem todos os componentes que um filme deve ter para ser considerado excelente. A personagem que faz de Lisbeth foi mesmo bem escolhida. Para quem não acha Millenium interessante, sublinho que o Daniel Craig (o atual 007) é quem interpreta a persoangem de Mikael. O filme tem bons actores, um bom realizador, pah tudo excelente mesmo. É um filme de 3 horas, mas quando saírem da sala vai parecer que passou só uma. 
Para mim foi sem dúvida o melhor filme do ano - apesar de ainda estarmos em janeiro. Podem ver nesta imagem como a personagem está esplendidamente bem caracterizada.


(Desculpa Sara, sei que esta imagem tem direitos de autor mas não consegui resistir)

Tenho andado viciado numa banda de rock cristão chamada Skillet, e fiquei completamente apanhado por 3 músicas deles. Já têm uns anos, mas para mim a música, quando mais idade tiver, melhor. São a Comatose, a The Last Night e a Wishpers in The Dark. São completamente babosas. Fechar os olhos e ficar a ouvir com os fones no máximo mesmo só a sentir a música, dá-me uma sensação incrível mesmo. Recomendo-vos a banda. Não é de todo a minha banda preferida, nem estas são as minhas músicas preferidas, mas pronto, comecei a ouvir e não consigo largar.

Tenho continuado com os meus hábitos de emo, mas estou a melhorar. Ando a fazer um esforço para me relacionar melhor com as pessoas, e tem dado resultado. Não forço a amizade, porque isso só dá merda, mas ando mais aberto e receptivo. É bom saber que não se está sozinho. 
 Um dos momentos de que mais gosto no meu dia - por mais estranho que possa parecer - é o caminho de casa para a escola. Assim que passo a porta da rua do meu prédio sinto o frio abater-se sobre mim e vou aquecendo. Meto os fomes e vou a andar, com ar fresco da manhã a queimar-me a garganta, a ouvir música mesmo numa de tranquilo. Sabe mesmo bem. Até me sinto mais preparado para as aulas e mais relaxado quando chego à escola. Ando a chegar mais tarde também, dantes ia sempre por volta dessas 7h50, e agora chego mesmo em cima da hora, às 8h25.
  Vou continuar a estudar, a socializar e a viver. Vou tentar começar o dia com um sorriso e com expectativas positivas de que algo de bom vai acontecer. 

Uma das pessoas que me tem ajudado imenso e a quem eu quero agradecer por aqui é a Seppuku. Ela faz-me sorrir quando tenho vontade de chorar, e dá-me a esperança de que ainda há pessoas interessantes e nada superficiais neste mundo. Permite-me desabafar, ajuda-me na minha depressão diária.  Foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Houve tempos em que eu próprio quis adoptar a alcunha Seppuku, mas não o fiz porque não sou uma pessoa tão corajosa, nem de longe como ela.


"They say the limit is the sky, but when I think about you I flew twice that high"

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Peço imensa desculpa por não publicar nada há dias. Mas simplesmente não me ocorre nada, e honestamente ando sem tempo nenhum.
Eu não vou deixar o blog morrer, e sinto mesmo a falta de passar uma boa hora a preparar um post decente. Mas não tenho mesmo tempo. Testes, aulas, ginásio, amigos. Principalmente os testes. Quero mesmo ter notas decentes, razoáveis no mínimo.
Quinta-feira vai ser o único dia que vou ter um bocado para me dedicar ao blog.
Só peço para não deixarem de vir cá.

"Ou és o que fazes ou então não esperes valor pelo que tens".

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012


A realidade dói mamã? 
Sim, muito.

Já à um dia ou dois que não escrevo aqui. Não tinha nada para dizer, e sou apologista da expressão “poucos mas bons”.
Prefiro às vezes não escrever do que escrever alguma porcaria só mesmo por escrever.

Boa tarde meus amigos, está aí a chegar o momento pelo qual todos aguardamos a semana inteira. O fim-de-semana. Sei que hoje vão ficar acordados até mais tarde e que amanhã vão acordar ao meio-dia. Pelo menos é o que me vai acontecer.
Isto de estar doente estraga-me os planos todos, não gosto de estar com amigos e constantemente a assoar-me. De minuto a minuto, e não estou a exagerar.
Mas pronto. É sexta-feira e estou razoavelmente feliz.



Hoje na primeira aula vimos um filme extremamente chocante. Chamava-se Bordertown. É sobre uma jornalista que vai ao México fazer uma reportagem sobre raparigas desaparecidas misteriosamente. Oficialmente disseram-lhe que havia 300 e tal mulheres assassinadas e 7000 desaparecidas. Ela descobriu que não tinham sido 300 e tal as mulheres assassinadas, mas sim 5000.
Chocante não é? Não muito se pensarem nisto como filme. Mas imensamente chocante se tiverem em conta que é um filme verídico. É assim no México, obrigam as raparigas a irem trabalhar para fábricas para pagarem as terras. Não lhes dão protecção no caminho fábrica-casa, e é neste percurso que muitas delas são violentamente assassinadas ou sexualmente molestadas. Quem são os assassinos? Maioritariamente homens ricos que subornam as autoridades mexicanas. É uma realidade nojenta.
Esses homens ricos subornaram o editor da Lauren (a jornalista) para não publicarem a história dela.
Nada mudou.

“No México, 33% das mulheres com mais de 15 anos sofrem de abuso sexual e violência. Esta violência é responsável por 40% dos suicídios das mulheres mexicanas. Nos últimos anos, 400 mulheres foram encontradas mortas – depois de violadas, estranguladas e mutiladas – na cidade Juárez. As autoridades pouco se esforçam por resolver estes crimes.”
Este excerto foi tirado de um site oficial de uma organização de Direitos Humanos e de Saúde Pública.
Chocante não é? E porque é que a polícia mostra tão pouco empenho a resolver estes crimes? Provavelmente porque lhes ameaçam as famílias ou porque os subornam. O mundo em que vivemos é uma merda, a única hipótese que temos é tentar não nos afogar-mos nela.

Aposto também que 400 é apenas uma pequena percentagem do número de mulheres que realmente foram assassinadas em Juárez. E isto apenas numa cidade. Imaginem pelo resto do México. Acho que é na a protecção destas mulheres (muitas delas só com 16 anos) que o estado devia investir dinheiro. Acho que as pessoas deviam ter a vida humana em maior conta. Imaginem se Lisboa fosse uma cidade como Juárez, em que por dia, uma jovem de 16 anos desaparecia e era encontrada dias depois no deserto enterrada, estrangulada e mutilada.
Felizmente Lisboa não é uma cidade como Juárez. Hey, guess what, o México não é assim tão longe, é só atravessar o Oceano.

Quem me dera poder fazer algo mais por estas mulheres do que simplesmente postar isto aqui, mas cada um faz o que pode. Muitas destas mulheres podiam ser salvas se houvesse um jornalista que descobrisse tudo, e  publicasse a história – onde denuncia as grades fábricas, e a violência a que sujeitam estas mulheres. Onde denunciam os políticos e os ricos, que as violam. E os condutores dos autocarros da fábrica, que as levam para o deserto de onde já não voltam a sair -, num país que tivesse economia e humanidade para poder fazer alguma coisa em relação a elas.

Juárez, a cidade que odeia as mulheres (uma entre muitas).







quarta-feira, 18 de janeiro de 2012


Refresh

Já vos apeteceu recomeçarem em qualquer lado? Imaginem que os vossos pais ganhavam uma oportunidade única de trabalho no estrangeiro, e consequentemente, levar-vos-iam com eles. Encaravam isso como uma oportunidade de recomeçar de novo, ou iam fazer uma birra imensa e usar argumentos do tipo “mas mãe, vou perder todos os meus amigos!”, ou “tudo o que eu tenho está aqui”?
Bem houve alturas da minha vida em que de certeza que tinha feito uma birra e usar o argumento dos amigos. Houve alturas em que tinha ido com eles sem hesitar, alturas em que tinha encarado a mudança como uma bênção. Agora estou lá no meio. Tenho aqui os meus amigos e tudo aquilo que eu tenho. Mas não tenho mesmo nada que me prenda aqui.
Mas ainda sou jovem, é normal não ter nada que me prenda a um sítio, ainda não criei raízes. Acho que o querer recomeçar é poder ir para um sítio onde ninguém me conheça e onde possa ser “o outro eu”. Mas o principal factor para querer ir embora é que isso me vai dar a oportunidade de esquecer todos os problemas. Parece tão fácil, pegamos no carro e batemos auto-estrada até nos apetecer parar. Com a janela aberta e o vento a levar todos os nossos stresses embora.


Mas essa seria a opção mais fácil. É preciso ser muito mais forte para continuar no mesmo sítio de sempre e continuar a viver. Acordar todos os dias de manhã a pensar “mais um dia a que vou ter que sobreviver”. Eu acho que é esta resistência ao dia a dia – e a maneira como decidimos fazer isso – que vai moldar a pessoa na qual nos vamos transformar.
Mas chega de textos filosóficos. Não sei o que se passa comigo ultimamente e dou por mim sempre a escrever sobre a vida.

Hoje o dia (escolar) passou rápido. Só tive que acordar às 9 porque a professora de avisou que ia faltar. Não percebo porque mas sempre que durmo até mais tarde acordo mais cansado do que nos dias em que acordo cedo. As duas outras aulas passaram-se bem, não foram tão horríveis como de costume e até decidi participar na aula de História. Depois foi a mesma rotina de sempre, apanhar alguém que vá para a paragem de autocarro e ir nessa direcção. Apanhar o yellow e caminhar até casa.
Hoje é daqueles dias em que não me importava de passar a tarde a dormir, mas tenho um programa melhor. Combo de música. 
O meu professor é o Marco Reis dos Klepht, e basicamente é o meu ídolo. Não é rico nem nada disso, mas vive à base da música, vive daquilo que realmente gosta. Vive da guitarra dele. E hoje em dia viver daquilo que se gosta realmente é muito raro. Sabiam que 90% dos contabilistas odeia o trabalho totalmente? 
E pronto, eu vou tocar guitarra no combo (constituído por mais um guitarrista, um baterista, um baixista, um vocalista, e, muito recentemente, por um pianista). A escola Valentim Carvalho organizou audições (como em todos os anos anteriores) e os combos vencedores vão ter como prémio a oportunidade de gravar nos estúdios da editora Valentim de Carvalho, com um engenheiro de som profissional. O mesmo estúdio onde gravaram os Rolling Stones. E vão ter também a oportunidade de actuarem ao vivo na Fnac Colombo. Eu estou mais lá para descomprimir e para aprender mais guitarra, mas não me importava de ganhar o concurso dos combos. 


Não tenho mesmo mais nada a dizer por hoje *life is boring*, espero que renda alguma coisa lerem isto. Vou tentar vir todos os dias como de costume, mas os primeiros testes começam já para a semana e vai ser complicado. Mas não vou deixar o blog morrer, nunca mesmo.

Go on and try to tear me down, I will be rising from the ground, like a skyscraper


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu no inicio avisei que ia escrever sobre tudo. E o blog serve tanto para os dias bons como para os dias maus. Obrigado blog. Serve para me poder deprimir à vontade, ou para me animar, ou para me divertir. Não acho que hoje seja um dia mau para blog, simplesmente eu é que estou num dia mau. É o que dá darem entrada livre a pessoas depressivas. Há muito tempo que não desabafava como desabafei contigo meu blog querido e fofinho.

P.s. Em relação ao post de ontem, em que falei sobre a minha religião (neopaganismo), mais uma vez queria tentar "abrir-vos" os olhos. Se tiverem uma religião espero que gostem e se sintam bem nela. Se forem neopagãos falem comigo, porque não conheço quase ninguém da minha idade que seja. Se forem ateus ou agnósticos, pah não quero de maneira nenhuma influenciar o vosso caminho, mas se quiserem posso dizer-vos mais sobre paganismo. Há uma ordem de druidas em Portugal, onde podemos estar juntos, em irmandade. Tem pessoas a tocar harpa e gaita-de-foles. Se se sentirem sozinhos como eu (ok, egoísmo extremo) vão ver que isto vos vai a ajudar a sentirem-se acompanhados, e protegidos. A música de fundo do blog é uma música pagã, de uma grande artista. Loreena Mckennitt.
Bem mas os encontros da ordem são só de vez em quando, e eu gostava mesmo de ter mais alguem com quem falar sobre isto, mais regularmente. Isto não é como estar a promover um centro de explicações como hoje à porta da escola. É promover uma das coisas mais importantes da minha vida.
Têm o meu e-mail, ou então comentem. É mesmo muito importante para mim.



Porque é que tenho que ser assim?
Porque nasces-te assim.
Ainda bem, gosto de ser quem sou.

Hey. Desde que fiquei melhor e regressei às aulas tem sido uma merda. A única coisa que me anima mesmo é basicamente o blog. Sei que dito assim parece superior, mas estou completamente farto das pessoas da minha turma e da escola no geral. Eu não acho que o problema seja delas, acho que é meu. Mas é mais fácil dizer “tou mesmo farto desta gente” do que “eles acham-me estranho e devem estar fartos de mim”. Não sei qual é o meu problema em relacionar-me com as pessoas, mas é grave. Desde que mudei de escola (a partir do 10º) que me sinto deslocado
A escola é mil vezes melhor que a escola em que eu andava, mas não acho que isso tenha alguma coisa a ver. Todos os dias tenho que escolher entre passar o intervalo com pessoas que dizem gostar de mim mas que na verdade não gostam, com os meus colegas de turma, ou sozinho. Nunca passo sozinho, só mesmo quando tenho que ir a qualquer lado. Estar no blog a dizer estas coisas pode passar a imagem de uma pessoa com a auto-estima completamente em baixo. Mas não é isso. Estou só a aproveitar o facto de ninguém saber quem sou para me poder lamentar à vontade, sem me preocupar com críticas do tipo “só te sabes armar em vítima”, “post mais otário” e cenas do tipo. 
Eu acho que sou daquele tipo de pessoa que só consegue estar completamente à vontade com as pessoas quando já as conhece à muito tempo. Porque com as pessoas da escola (que conheço à para aí um ano e pouco) sinto-me a modos que “preso” enquanto os meus colegas são todos mais “soltos”. Não sou forever alone. Como já disse gosto de estar sozinho e não me importo, mas faz-me imensa falta estar com pessoas. Todos os dias me lamento de me sentir tão sozinho. Mesmo quando estou rodeado de pessoas me sinto sozinho. Então vem uma vozinha lá do fundo que diz “cada um faz a cama onde se deita”.


Para piorar isso as discussões com a minha suposta melhor amiga têm sido horríveis. Diz que me adora, mas sempre que lhe pergunto se quer estar comigo diz que não. Todos os dias de manhã ia busca-la para irmos juntos para a escola, e ficava sempre cerca de 15/20 minutos sozinho cá em baixo à espera dela. E depois atira-me os erros todos à cara.
O meu suposto melhor amigo anda deslumbrado com o “grupo dos fixes” da minha turma, os que fumam, bebem litras, fazem ganzas, se portam mal nas aulas, e deixa-me sempre de lado. Eu podia fazer um esforço maior para me integrar e para me adaptar mas coise. Acho que estou numa fase depressiva (outra vez). É nestas alturas em que eu desejo ter uma namorada. Não uma namorada para estar sempre aos melos e a comermo-nos um ao outro. Isso também claro, mas sobretudo uma namorada para poder falar, e para poder ouvir as minhas cenas, alguém para me limpar a lágrima assim que ela começar a escorrer pela cara a baixo. Só não quero sentir-me tão sozinho. Amanhã vou às aulas outra vez. Tentar de novo. Não é que as aulas sejam más, eu é que não gosto do curso e por um motivo qualquer, não sei qual, nunca (ou muito raramente) consigo perceber o que os stores dizem. Quando tenho boas notas é à custa de muito estudo em casa.
Sei que há poucas pessoas como eu, já que todos os meus colegas estão sempre a rir, sempre a falar nas aulas, e a dizer piadas. Eu fico uma hora e meia rígido no lugar, de braços cruzados a olhar em frente à espera que o tempo passe. Odeio o meu lugar na sala. Mas pelo menos posso estudar e sinto-me mesmo mal por estar a reclamar tanto quando há gente que nem isso pode.  Mas é a natureza humana. 



Estão a ver a árvore verde clara no meio das outras todas iguais? É assim que eu me sinto. Uma ovelha
negra num rebanho branco. Alone in the crowd. Estou farto de ter que sorrir falsamente para a minha mãe e de lhe dizer que está tudo bem quando ela me pergunta porque é que estou triste. Ela sabe que eu sou depressivo, mas pensa que tem a situação controlada. Enfim, não tem. E quando lhe digo que está tudo bem não estou propriamente a mentir, está tudo bem. Sinto-me sozinho, deslocado. Mas se me perguntarem o que está mal, não sei dizer. Acho que se não fosse o blog explodia. 



Vou usar esta imagem para tentar ganhar alguma a alegria de viver. Deixar de ser tão apático. Sorrir com vontade.

Peço aos cinco elementos que me ajudem neste processo, e a ultrapassar esta fase. Ar, vento sopra a minha solidão para longe. Água, lava a minha tristeza e deixa-me limpo. Terra, dá-me força para sorrir. Fogo, aquece o meu coração e queima os bloqueios na minha cabeça. Espírito, dá-lhes força.

P.s. Dava tudo para estar agora na Serra de Sintra.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


I'm a beliver

Passei a tarde toda a dormir, acordei as 17h50. Soube mesmo bem, tinha imenso sono em atraso – e ainda tenho mas pronto. E mesmo assim só acordei porque os meus irmãos fizeram barulho mesmo à porta do meu quarto.
Eu acho que os bloggers têm dois dias: os dias sim e os dias não. Acho que hoje estou num dia não porque não me ocorre mesmo nada que valha a pena partilhar. Não sei quantas pessoas lêm, ou já leram, o blog. Nem sequer sei se alguém lê mesmo. De qualquer forma hoje é um dia não. Voltar à escola e aturar 4h30 de matéria pôs-me a cabeça numa confusão.

Nunca vos falei de religião, nem nunca vos disse aquilo em que acredito. Não sou propriamente cristão, mas acredito na existência de divindades. Sou neopagão, ou seja, acredito nos elementos da natureza e nas divindades que nela habitam. Muita gente associa paganismo a satanismo, mas nada a ver mesmo, e já encontrei na net posts da igreja evangélica com títulos “ Paganismo, um mal a ser combatido “. É possivel haver tamanha obtusidade? Credo.
Dentro do neo-paganismo existem várias correntes, e aquelas com as que me identifico mais são a wicca e o druidismo. Toda a gente já deve ter ouvido falar da wicca, provavelmente associaram a um grupo de bruxas malignas que se trancam numa torre a conspirar o holocausto. Nada a ver. O druidismo e a wicca baseiam-se ambos na mitologia celta e são cousas boas e positivas, não são nenhuns clubes obscuros.
Pessoalmente, considero-me um seguidor do druidismo e acreditem que há mais do que imaginam em Portugal. Eu tenho problemas, sou depressivo. E muitas vezes o que me ajuda a levantar é pensar na natureza e nos elementos e pedir-lhes força. Nunca falha.
Aprende-mos que tudo tem alma e tudo tem uma energia, e aprendemos a canaliza-la para onde queremos com a ajuda da natureza. A magia existe pessoas, e não é cortar uma mulher aos bocados numa caixa e fazer desaparecer as pernas.
Se experimentarem ir por exemplo à Serra de Sintra e se sentarem no meio da floresta, num sítio isolado, fecharem os olhos e relaxarem, vão perceber a vida que há à vossa volta. É a melhor sensação do mundo, sentir-me protegido.

Magia é conseguirem sentir-se bem com vocês mesmo nos tempos que correm, sem se preocuparem com os problemas na escola nem essas cenas fúteis.

“O druidismo é uma religião politeísta, isto é, honramos diversos deuses e deusas. Não existe o conceito de deidade única, mas temos a Natureza como sagrada e mãe de toda a vida, a fonte de toda a vida, de onde tudo veio e para onde tudo vai. Inclusive deuses e deusas.”

P.s. Isto é aquilo em que acredito e não quero de forma alguma insultar as outras religiões, eu respeito, mas respeitem também a minha.


domingo, 15 de janeiro de 2012

OMG OMG OMG! Depois deste post que me deixou completamente nostálgico aconteceu uma coisa. Uma coisa que prova que não hà coicidências. O meu irmão Miguel encontrou um memory card, meti-o na minha máquina e vi que continha algumas fotos da viagem a Inglaterra, ao campo O.B.O.D.! Podem não acreditar mas juro pela deusa que é verdade. Fogo, agora só me resta conseguir interpretar este sinal. Será o destino?

P.s. Isto passou-se nem à 10 minutos, achei que era demasiado estranho e tive que vir escrever.

Druidistic Summer 

Tudo começou com o interesse especial que a minha mãe sempre demonstrou por druidismo. A paixão era tanta que ela se inscreveu na “The Order of Bards, Ovates and Druids”, que é uma espécie de clube – mas muito melhor que isso – de druidismo e outras práticas espirituais. Eu acho que é um passatempo saudável, quer dizer, montes de gente passa o tempo livre a coleccionar borboletas mortas ou num clube de golfe a beber whisky.
Todos os anos a O.B.O.D. (Order of Bards, Ovates and Druidis) fazia um acampamento no Verão, em Yorkshire, Inglaterra. A minha mãe juntou-se e decidiu ir ao acampamento (2008). Eu tinha 13 anos e íamos eu, a minha mãe e o meu padrasto. Como não podia deixar de ser, eu estava super entusiasmado por ir para Inglaterra.
(…)
Aterrámos no aeroporto de Heathrow, em  Londres. A coisa que mais lamento nesta viagem foi não ter tido a oportunidade de ver o que quer que seja de Londres, pah eu queria mesmo conhecer a cidade. A primeira coisa que fizemos foi ir buscar a nossa bagagem e alugar um carro. O meu padrasto demorou algum tempo a adaptar-se ao automóvel, em Inglaterra o lugar do condutor é à direita em vez de à esquerda. Demorou também algum tempo a interiorizar o facto de as faixas para os carros serem ao contrário. Depois fomos de carro até a um MacDonnald’s e comprámos 3 doses de 20 nuggets cada. E ficamos num passeio com parquímetro a comer. Na rua em que estava havia uma tabuleta a dizer “Watch out for thieves”, e isto foi tudo o que vi de Londres.
E lá fomos nós a caminho de Yorkshire.



Chegámos ao fim da tarde, por volta das 18 horas e fomos recebidos com imensos sorrisos e cumprimentos em inglês. Estavam todos vestidos tipo à hippies, com descontracção. Era só louros de olhos azuis com sotaques mesmo british. Nem levámos tenda, ficamos numa tenda comum com outras pessoas que decidiram também não levar, houve momentos em que senti falta de privacidade mas pronto.  Depois de nos instalar-mos e de nos mostrarem o campo fomos todos jantar. O refeitório era constituído por um buffet – tipo caseiro – de comida vegetariana. É claro que o pessoal que tinha vindo nas caravanas fritava bacon e febras nos fogões portáteis, mas no geral, o pessoal era todo vegan.
Depois do jantar foi o primeiro ritual. Naquele primeiro dia ainda não tinha chegado toda a gente e éramos cerda de 39 pessoas. Fizemos uma fogueira enorme e colocámo-nos em círculo à volta. Um miúdo louro (que mais tarde conheci e que se chamava James) com 12 anos, vestido com um fato escocês – boina, corneta e tudo – foi até à fogueira para a acender.
Depois deu-se a invocação dos elementos das 4 direcções. Norte, Sul, Este e Oeste. E eu juro que senti mesmo a energia dos elementos e daquelas pessoas todas a encher-me o peito, foi das experiências mais marcantes da minha vida . Depois de abrirmos o círculo uma mulher começou a tocar arpa, uma daquelas músicas irlandesas mesmo lindas… 

Pode parecer estranho, mas depois de ter estado naquele paraíso, quando voltei para a escola senti-me sujo. 




Os campos eram lindos. Eu sentia a energia das folhas, do vento, era mágico. E foi nesse Verão que eu passei a acreditar que os elfos existem. Que a energia existe. Que a natureza se consegue fazer sentir dentro de nós.
No primeiro dia andei sozinho, não falava muito bem inglês e não sabia como meter conversa com os outros miúdos. Uma rapariga de loira de olhos azuis chamada Amber veio ter comigo e deu-me as boas vindas e levou-me para o canto da floresta onde estavam os outros miúdos. Nunca me vou conseguir esquecer deles. Lembro-me da Amber, na altura de 16 anos, do Kyle de 12, do Asraal de 17 (ruivo, alto, místico), de uma data de outros que não me lembro do nome mas não por isso menos marcantes. E lembro-me da Avalon de 16 anos, a rapariga mais bonita que alguma vez vi, parecia um elfo, não me recordo de palavras para descrever uma beleza tão rara. E lembro-me do James – o miúdo que acendeu a fogueira na primeira noite. O James era muito misterioso, passava muito tempo sozinho na floresta, mas não era antisocial. Na verdade era o miúdo mais popular do campo. Cozinhava, esculpia coisas em madeira. Mas pelo que me contaram dele, na escola onde andava tinha fama de ‘freak’, achavam os hábitos dele estranhos e isso. Mas no campo conseguia ser ele próprio.
Esse pessoal marcou-me mais numa semana do que muita gente dispensável, ridícula, popular e superficial da minha escola. 

Lembro-me de, quando ainda estávamos em Portugal, dizer à minha mãe que ia ser uma seca, que aquilo não era a minha cena e cenas dessas. Nunca estive tão errado. Eu e os outros miúdos passávamos as tardes a dar passeios pelos campos de Yorkshire, a saltar pelos riachos e a brincar com paus. Depois ficávamos deitados na relva a olhar para o céu e a Amber metia música no telemóvel dela. Foi o melhor Verão da minha vida, e não estou a exagerar. 


Sinto falta da música do vento, da sensação da relva, das fogueiras à noite e dos rituais, das pessoas fantásticas e interessantes, sinto falta de um lugar como aquele onde me consiga identificar e integrar. Acima de tudo sinto falta do espaço naquele campo, aquele espaço meu, que eu sabia que me pertencia, o espaço que eles guardam para mim no círculo e que eu devia preencher.

Escrever isto deixou-me extremamente nostálgico. Quero voltar a um passado que não posso alcançar, e não é como querer voltar atrás no tempo para não trair a mulher ou para estudar mais para um certo teste. É voltar atrás no tempo para viver. Para me sentir vivo.

One Love

sábado, 14 de janeiro de 2012

Supernatural



Esta noite apetece-me escrever sobre Supernatural. Para quem não sabe é uma série de televisão canadiana. Os personagens principais são Sam Winchester (interpretado por Jared Padalecki) e Dean Winchester (interpretado por Jensen Ackles). Mas não vou falar do elenco da série nem dos locais de filmagem nem nada disso. Vou falar da série, também com intuito de vos incentivar a ver mas principalmente porque é um grande prazer para mim falar de Supernatural. 




Achei que esta imagem ficava bem como primeira imagem. Pura e simplesmente capta os irmãos Winchester mas não só, nesta imagem está presente o Chevrolet Impala de 1967. Pah, o carro deixou de aparecer nesta última temporada mas mesmo assim têm uma grande história, é,  basicamente, o sitio onde eles passavam mais tempo. Os Winchester não têm casa fixa, dormem normalmente em móteis de estrada baratos (daqueles frequentados por caminonistas, ou daqueles para onde se costuma levar as prostitutas lol), pelo que passavam metade do dia a bater estrada no chevy. E eles pagam os quartos, pagam o aluguer dos quartos, mais alimentação e todas as despesas relacionadas com o trabalho com cartões de crédito falsificados.
Por falar em falsificações, na profissão deles é muito útil o uso de distintivos (geralmente do F.B.I.) para poderem fazer as suas investigações à vontade sem serem incomodados por gente que não percebe do assunto (polícias normais).




Eles caçam todo o género de criaturas subrenaturais: Wendigos, Fantasmas, Lobisomens, Demónios e até mesmo Deuses, os fantasmas sei que matam queimando os ossos da pessoa que é o fantasma, e os outros a única forma de saberem é vendo a série.
A relação deles é boa, mas à medida que a série avança vai-se tornando cada vez mais impessoal. E eu até compreendo, eles passaram por muito, mesmo. O Dean é o mais ‘solto’ dos dois, ironicamente nunca tem pesadelos apesar da vida que leva. Sempre que vê uma mulher bonita num pub sorri e estas geralmente dizem-lhe as horas a que acabam o turno. Já o Sam é mais problemático.. é bem parecido mas acho que nunca conseguiu ultrapassar a morte da namorada Jéssica. Na actual temporada, eles são a única família que sobreviveu e só se têm um ao outro, com algumas excepções.
Uma coisa que por acaso eu acho mesmo piada é que o Dean está sempre a armar-se em machão, mas ele e o Sam são frequentemente confundidos com gays. 




The Road So Far… 
                                                                                                      
O estilo de vida deles é extremamente cansativo (como podem ver na imagem). Salvaram imensas pessoas, ajudaram imensa gente, e só mesmo muito raramente é que alguém lhes agradece pelo facto de ainda respirar.
Já devem estar fartos de ler isto mas sinceramente não há muito mais que possa dizer sem revelar a série toda. Pah eu recomendo isto a 100%, se nunca viram pelo menos experimentem o primeiro episódio, conseguem arranjar a série completa para download em alguns sites bastante usados. 


Todos os posts que escrevo tipo saem-me, não planeio com antecedência, por isso não me posso responsabilizar pela qualidade.. Pessoalmente acho que este post ficou um bocado exaustivo mas virei com alguns mais leves futuramente ;) ou com algumas histórias do passado.
Bloggy bloggy.

One Love
Hey.
Peço desculpa, mas vou escrever um post sobre a saga Millennium, tenho mesmo que fazer.
Como sabem, ou não, o filme Millenium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres vai ganhar tela, na próxima quinta-feira 19 de Janeiro nos cinemas portugueses, e é o primeiro da triologia. Ora bem, é de supor que foi o primeiro filme da saga a ser feito. E é de supor que os outros ainda estejam a fazer. A razão deste post é simples. Quero partilhar uma descoberta estranhíssima e não muito agradável. Estava eu muito bem a pesquisar filmes no site onde os saco, quando encontrei disponível para download a triologia Millenium. Abri o ficheiro cautelosamente, e o que vi deixou-me maluco. Vi disponível para download o Millenium 1 – Os Homens que Odeias as Mulheres. E vi o Millenium 2 – A Rapariga Que Sonhava Com Uma Lata de Gasolina e Um Fósforo. E vi o Millenium 3 – A Rainha No Palácio Das Correntes de Ar.

How is this ever possible?! 




Eu sei que é uma cena sem importância, mas para mim é uma cena com uma importância imensa. Vou deixar o link para poderem ver com os próprios olhos: http://filmeshunter.com/drama/trilogia-millennium/. 

Provavelmente os filmes a seguir são daqueles filmes caseiros feitos por grandes fãs ou algo do género. Isto é estranho certo? Agora explico a parte do ‘não muito agradável’, tipo eu tenho a certeza que vou adorar o filme, mas queria ver no cinema para a semana. Mas com ele dísponivel em casa (com uma qualidade de menor qualidade claro) vai ser difícil conter-me e não o sacar. E aos dois outros filmes seguintes. Tenho também medo de ficar desiludido com os filmes. “Os meus livros preferidos vão ser adaptados ao cinema boa!” Mas e se estiverem mesmo horríveis? Whatever vou ter que ver para tirar as minhas conclusões. O post está uma beca podre mas eu não aguentava não meter isto aqui, afinal um blog também serve para impulsos, certo?

Espero encontrar qualquer coisa mais interessante para dizer nos próximos tempos.
Abraços
One Love
Salander

A única pista que alguma vez vos dar sobre a minha identidade é a minha escola. Frequento a Escola Secundária José Gomes Ferreira. Se as pessoas da minha turma vissem o blog percebiam logo que era eu, mas isso não vai acontecer. Quero permanecer no anonimato por amor de deus. Esta cena é o meu tubo de escape, got it?
E vai deixar de ser assim que se souber quem eu sou. Agora, se quem quer que leia isto (se é que alguem lê) gosta de o fazer, por favor não tentem descobrir quem sou, dei-vos o nome da escola. A escola tem mil e tal alunos. Posso ter mentido quando disse que era do 11º, ou então não. Posso ser um adulto de 21 anos que escreve para relaxar nos intervalos da faculdade, ou posso ser um miúdo do 8º  ano com a mania. Mas não. tenho mesmo 16 anos. Se alguém tentar descobrir quem sou e eu for abordado (pode ser num café, pode ser na secundária) o blog morre. A secundária de benfica tem para aí 500 pessoas de 16 anos só em rapazes, como é que podem querer descobrir?

Sim, sou bastante paranóico.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Inverno e o Passado


Está um Inverno estranho. Acho que posso mesmo dizer que no Verão choveu mais. Não é que me desagrade o sol ou assim, eu adoro a luz e o calor. Mas ainda mais que isso, adoro quando as coisas respeitam o seu ciclo natural. É Inverno, devia chover, deviam haver tempestades com trovoada, raios! Desde o início do ano – há 13 dias – que não vejo o mais pequeno indício de chuva.
Apesar de gostar do calor e do sol acho que gosto mais da chuva e do tempo cinzento. Não me achem contraditório por ter dito que adorava o sol umas linhas acima. O cinzento faz-me pensar e deixa-me inspirado para escrever, é tranquilo e agradável.
Pensem na ideia: estão na sala, no sofá, de olhos fechados com uma música de fundo. Conseguem ouvir as gotas da chuva a bater no vidro da janela. E sorriem para dentro por estarem no quentinho. Levantam-se e vão à cozinha, o vosso apartamento fica no 10º andar, que tem umas grandes janelas de vidro duplo quase até ao chão. Vão para trás da bancada, com um movimento ágil tiram uma faca do faqueiro com aquele ruído metálico característico das facas. Vão à sala desligar a aparelhagem e regressam para a cozinha, mais precisamente para trás do balcão – mas antes vão buscar uma embalagem de cogumelos frescos ao frigorífico *ou aquilo que vos apetecer* - e pegam na faca. Só se ouve o barulho da chuva a bater nos enormes vidros das amplas janelas, em conjunto com o deslizar da faca pelos cogumelos e por fim, o bater na prancha de madeira.
Estão tranquilos com vocês mesmos e nada pode estragar isso. Estão em sintonia com a faca e com a chuva. Levantam a cabeça na direcção da janela e sorriem, relembrando velhos tempos.



Velhos tempos relembrados.
Quando internet banda larga, enfiava o portátil com a bateria totalmente carregada e o modem numa mochila, vestia um blusão quente e confortável e saia porta fora. Sabia exactamente para onde ia, tinha muito tempo. Enfiava-me num autocarro amarelo e saia em Belém. Comprava os famosos pastéis (2 ou 3, consoante o meu apetite) e dirigia-me ao Starbucks para comprar a minha perdição, frappuccino de caramelo *baba* e sentava-me numa esplanada qualquer, ligava o portátil e vagueava pela net. Na altura não tinha o blog, se o tivesse tinha começado a escrever qualquer coisa relacionada com ele. Eram momentos solitários, mas não por isso menos agradáveis. Nunca fui anti-social e sempre gostei de conviver com as outras pessoas, mas sou uma pessoa que sabe apreciar a sua própria solidão sem se lamentar por estar sozinho. Sabe bem simplesmente, não sei explicar, não se sente a pressão típica de quando se está a tentar agradar a alguém. E eu  não estava sozinho, tinha o meu frappuccino e os meus pastéis, e o meu portátil fofinho. Quando era horas de ir para casa (ou a minha mãe me ligava a perguntar se tencionava voltar), hibernava o portátil, guardava-o e ia-me embora, deixando a caixa dos pasteis que já só continha migalhas e o copo do frappuccino, abandonados ao vento na mesa da esplanada.
E era assim que passava muitas das minhas tardes livres em que simplesmente não tinha nada para fazer. Nunca fiz skydiving, nem andei de karts, nem fiz snowboard. Podem achar que as minhas tardes eram aborrecidas, mas não, não eram. 
Eram momentos de reflexão, momentos dos raros, já que cá em casa os meus irmãos estão sempre aos gritos por causa da televisão ou por causa dos brinquedos e o meu padrasto e a minha mãe estão sempre a bater portas. E para meu grande azar, não tenho modem no quarto e a net sem fios não tem alcance até ao meu quarto. Consequentemente, tenho que me deslocar até à sala para poder ir a net, e acreditem que é bastante chato. Por isso sim, tenho saudades da minha net móvel que me permitia passar tardas brutais ao sabor do vento em Belém, com os meus pasteis e o meu frappuccino.




Miss those times, but I don´t want them back



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uma Pepita de Ouro no Meio de Uma Tonelada de Carvão




Estou doente há dias. Desde segunda-feira que não vou às aulas, portanto há quatro dias. Nos primeiros dois dias era completamente impossível fazer qualquer coisa que implicasse levantar-me da cama. Erguer-me apoiando-me nos cotovelos (para tomar os remédios) era o máximo que conseguia, e mesmo assim só dava para aguentar uns 10 segundos – o suficiente para engolir aquela shit toda - antes que a minha cabeça ameaçasse explodir por completo. Não percebo porque é que fiquei doente, a minha mãe diz que é por andar sempre ‘à verão’ em qualquer estação do ano (incluindo no Inverno). Eu digo que é porque estas cenas acontecem a todos, e em qualquer altura. As consequências negativas de ter estado doente foram ter perdido toda a matéria de uma semana *não posso dizer que lamento, mas agora vou ter que compensar* , a experiência horrível que é ter uma amigdalite – que apesar de não ser nada de grave é bastante chato, e ficar trancado em casa este tempo todo. Odeio ficar trancado. Faz-me sentir preso e sem saída, mas em minha casa é diferente, sinto-me até ligeiramente protegido e aconchegado. Seguindo em frente. Os aspectos positivos foram poucos mas foram grandes . Estava eu no meu terceiro dia de cativeiro e já me sentia bem o suficiente para fazer uma curta chamada por telefone. Liguei ao meu tio, aquele tio ausente que normalmente só aparece no Natal e nos aniversários, aquele tio a quem a nossa mãe está sempre a convidar para vir jantar cá a casa e que liga no dia a seguir ao que devia ter sido o jantar a dizer que não vai poder vir. Bem, eu liguei-lhe porque me estava a sentir mesmo mal e precisava concelhos.

A conversa mudou de tema. Eu conseguia ouvi-lo teclar no computador enquanto falava comigo, mas pela voz também dava para perceber que estava ocupado. Adoro aquele gajo pah. Perguntou-me se eu já sabia o que é que eu queria seguir, após um silencio *5 talvez 7 segundos* preenchido pelo som da estática do telefone e das nossas respirações, eu respondi que achava o jornalismo interessante. Ele apoiou-me claro, sempre se mostrou preocupado com o meu futuro, e sempre se dedicou a ajudar-me. Lembro-me de uma vez em que acordei ao meio-dia na casa de férias da família no Verão (tinha passado para o 11º ano), lembro-me de descer as escadas ainda com a ‘moca’ de sono e passar pelo escritório. Perguntei-lhe o que estava lá a fazer, e estava desde as 8h00 a procurar universidades de música (que era aquilo que eu queria na altura, ou achava que queria) que eu pudesse frequentar. É uma história de outros tempos, para daqui a uns tempos. Mas estou a divagar, estava na parte da conversa com ele ao telefone. Essa conversa revelou ser bastante produtiva, ele aconselhou-me a criar o blog, Millenium. A principio fiquei apreensivo mas depois (ontem) decidi ligar o pc e fazer dele alguma coisa de útil. Criei esta cena ontem e guess what, sinto-me como se já escrevesse aqui há anos. Sinto-me como um velho aconchegado numa poltrona velha e confortável com uma manta por cima, um copo de whisky bourbon, lareira acesa e trovoada lá fora. Ou como um gajo de 16 anos, numa garagem a fazer uma estufa de marijuana num carro velho só mesmo para aquecer antes de arrancar para a noite.




Mas acima de tudo sinto-me bem com o blog, gosto dele e não tenciono parar. Devem pensar que sou um rato de biblioteca ou um cromo da turma (como aquela Teresa dos morangos com açúcar) que não tem nada para fazer e vem para aqui. Errado. Eu odeio estudar, a sério que sim, e não o afirmo para vos passar a imagem de ‘rebelde’. Tenho bastante tempo para escrever, já que estou doente e em casa. Mas vou passar a ter menos tempo quando voltar para as aulas, e vai ser nessa altura que eu vou perceber se este blog vale a pena ou não. A minha aposta é que sim. E este blog é anónimo porque eu quero que seja assim, não quero falsos conhecidos que se dizem de meus amigos e criticarem e a mandar a baixo e cenas dessas. 
Volto brevemente com novos posts.
Abraços
One Love <3
Okay, por esta altura devem achar-me um fanático da coleção Millenium.
A verdade é que sou mesmo, mas isso não vai influenciar o blog nem tomar conta dele, mas vou fazer posts de tempos a tempos relacionadas com a saga. Pode haver dias seguidos em que não vou escrever nada no blog e dias em que posso vir a escrever mais do que uma coisa, tudo depende do meu estado de espírito.
Estou a apontar para uma publicação por dia mas como já se sabe, os planos nunca dão certo, consequentemente estou a informar-vos para – se não escrever durante uns dias – não assumirem que abandonei o blog e deixarem de o ler. Obrigado.
Agredecia também que comentassem os posts ou arranjassem outra maneira qualquer de me darem a vossa opinião sobre o que acham do blog, comentem o que quiserem, elogios, criticas (construtivas), mas se começarem a dizer mal de tudo com montes de asneiras e quês, pah ninguém vos obrigou a vir aqui. Se gostarem do blog, ou mesmo que não gostem, são sempre bem-vindos a dar opiniões.


  WELCOME:
                                                                       
                                                                          Honey bunnies!

Primeiro post a sério

Hey! Como já referi no post “Origens” vou tentar abordar o maior número possível de temas. E isso inclui desde livros, filmes, situações singulares complicadas na vida de alguém, música (a lot), histórias escritas por mim, coisas que se passam na actual sociedade, enfim, tudo o que consiga abordar. Obviamente estes temas só serão abrangidos na totalidade ao longo do tempo, não posso fazer um post e falar destas cenas todas. Decidi começar pelos livros. Muitos de vocês podem achar desinteressante, já que devem passar a maior parte do tempo em que não estão nas aulas na rua com os amigos a fumar ganzas, etc. E quando estão em casa presumo que estejam a jogar ps3, Xbox ou PC. Mas peço-vos para continuarem a ler, porque tenho uma sugestão que (se a seguirem, é claro) vos vai deixar agarrados a uma triologia em que cada volume tem no mínimo 600 páginas (não, não são livros de imagens), e que não vão conseguir parar de ler de tão interessante. Para mim bate o Harry Potter aos pontos. Desde que o Harry Potter fez aquele sucesso todo, todas as editoras, livrarias, autores, etc, metem nos livros que lançam, na capa ou contra-capa, cenas do tipo “O próximo Harry Potter” ou “Melhor que Harry Potter – Segundo o N.Y.Times. *A inveja é como um espinho cravado na pele, quando ainda está à superfície, a dor é tolerável. Mas assim que se começa a entranhar na carne torna-se insuportável e venenoso, e só é tolerável se o espetarmos em alguém para vermos essa pessoa a sofrer também*. Eu não sou o N.Y.Times, mas podem confiar na minha opinião no que respeita a livros.






A triologia da qual vos falo com tanto afecto foi-me sugerida a mim há mais de um ano, e só há cerca de duas semanas é que comecei a levar a sugestão a sério. Passados 5 dias perguntei-me porque é levei tanto tempo a começar. Não tem feiticeiros nem dramas de amor não correspondido, basicamente expõe – através de uma personagem fictícia – as coisas horríveis que a sociedade e o governo estão dispostas a fazer, a troco de nada, simplesmente por aquilo que acham ser o mais correcto.
Mostra como uma pessoa considerada interdita à sociedade, passou dois anos acorrentada a uma cama numa clínica psiquiátrica na Suécia (e só saiu sendo considerada uma doente mental) por ter tentado defender a mãe do pai, enquanto este a espancava tão violentamente que a deixou com danos cerebrais permanentes.
Lisbeth Salander é o nome da heroína da triologia Millenium. A Lisbeth é dotada de talentos invulgares, é uma hacker de elite, e ao contrário do que o seu relatório afirma, ela é tudo menos doente mental.

 Não vos vou dar mais pormenores, e cabe-vos a vocês arranjarem a coragem de mergulharem de cabeça nesta bíblia informática que vos vai deixar com um sorriso triste no rosto, assim que lerem a última palavra do último volume.






Inicialmente, a colecção Millenium era para ser composta por 10 volumes, mas o autor (Stieg Larsson – farei mais tarde um post sobre ele), morreu tragicamente após ter entregue os 3 primeiros volumes às editoras suecas. Foi como se tivesse antecipado a sua morte. Infelizmente, o facto é que não viveu para ver a sua obra tornar-se num dos maiores sucessos literários do mundo inteiro. Se fosse vivo (irei investigar a causa da morte) seria multimilionário e teríamos agora uma colecção de 10 volumes, em vez de uma triologia. Mas como se costuma dizer, mais importante que a quantidade é a qualidade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"Não há inocentes. Há apenas diferentes graus de responsabilidade." Lisbeth

Origens


Não sei porque é que decidi criar um blog. Talvez por já algumas pessoas me terem dito que tenho jeito para escrever (o que não considero um motivo de grande peso uma vez que qualquer pessoa, se se esforçar, pode escrever qualquer coisa que valha a pena ler), ou talvez por querer mostrar às pessoas que também eu posso ter coisas interessantes para dizer. Ou talvez por puro tédio.


Independentemente das razões aqui está o blog, não tenciono escrever sobre um tema especifico, nem dizer-vos as minhas notas da escola, muito menos fazer-vos um resumo do meu dia-a-dia. Vou simplesmente postar aqui coisas que me interessam e coisas que eu acho que podem interessar a quem ler isto.
O meu primeiro objectivo é que o blog seja suficientemente interessante para pelo menos uma pessoa o ler lol.
No primeiro parágrafo esqueci-me de acrescentar, outro dos motivos que me levou a criar o blog foi um súbito interesse por jornalismo, isto pode não ter nada a ver mas sempre ajuda a treinar a escrita e a ter opiniões de outras pessoas. Tornar o blog interessante como se fosse o meu jornal futuro, noticias frescas na hora, pensamentos e ideias.

Agora que já sabem mais ou menos os motivos que me levaram até aqui, deixem-me falar-vos um pouco sobre mim. Ah, e podem chamar-me Salander. Tenho 16 anos, frequento o 11º ano do curso de humanidades – que acho horrivelmente secante, desinteressante e inútil -, tenho cerca de um ano e meio para decidir o que quero fazer da vida. De certeza que não vou ser historiador, geógrafo ou professor de francês. Vivo com a minha mãe, com o meu padrasto e os meus dois irmãos (têm 1 e 4 anos), os meus pais estão separados desde que tinha para aí 2 anos. Basicamente todos os meus amigos têm os pais separados, mas o divórcio prematuro é um tópico a abordar mais clinicamente e mais tarde. O ambiente familiar não é o ideal nem o melhor, mas isso existe?
Os meus pais são de classes sociais opostas. A minha mãe desde os 4 anos foi posta em colégios particulares, filha de um homem da guerra que tomou um cargo importante numa multinacional de fitofarmacêuticos. Acabou por se tornar psicóloga clínica.
O meu pai é o típico português de bairro. Cresceu no bairro de Alfama, ia todos os domingos à pesca do caranguejo, saltava pelos telhados. Houve uma vez em que ele tinha 3 anos em que estava num beco lá no bairro, em que os pescadores tiveram a brilhante ideia de soltar os caranguejos no beco com ele lá dentro. Resultado: trauma aos caranguejos. O meu pai tornou-se carteiro, sim sim distribui fielmente as cartas pelo povo no seu corcel, faça chuva, sol ou tempestade.
Desde muito novo que adoro ler e escrever. Eu tenho um diário. Sim, sou um rapaz. E sim, tenho 16 anos. Comecei com livros básicos mas não menos interessantes como “Os Cinco” da Enid Blyton, os clássicos da juventude dos nossos pais que a minha mãe fez questão de me passar, e ainda bem. Irei fazer alguns posts dos meus autores preferidos e resumos de livros dos mesmos, para vos suscitar o interesse a também os lerem.
Não tenho mais tempo, desculpem, e espero que tenham achado minimamente interessante para actualizarem isto tipo daqui a uns dias para verem se postei mais qualquer coisa.

                                                                                                    Salander