Refresh
Já vos apeteceu recomeçarem em qualquer lado? Imaginem que
os vossos pais ganhavam uma oportunidade única de trabalho no estrangeiro, e
consequentemente, levar-vos-iam com eles. Encaravam isso como uma oportunidade
de recomeçar de novo, ou iam fazer uma birra imensa e usar argumentos do tipo “mas mãe,
vou perder todos os meus amigos!”, ou “tudo o que eu tenho está aqui”?
Bem houve alturas da minha vida em que de certeza que tinha
feito uma birra e usar o argumento dos amigos. Houve alturas em que tinha ido
com eles sem hesitar, alturas em que tinha encarado a mudança como uma bênção.
Agora estou lá no meio. Tenho aqui os meus amigos e tudo aquilo que eu tenho.
Mas não tenho mesmo nada que me prenda aqui.
Mas ainda sou jovem, é normal não ter nada que me prenda a
um sítio, ainda não criei raízes. Acho que o querer recomeçar é poder ir para
um sítio onde ninguém me conheça e onde possa ser “o outro eu”. Mas o principal
factor para querer ir embora é que isso me vai dar a oportunidade de esquecer
todos os problemas. Parece tão fácil, pegamos no carro e batemos auto-estrada
até nos apetecer parar. Com a janela aberta e o vento a levar todos os nossos
stresses embora.
Mas essa seria a opção mais fácil. É preciso ser muito mais
forte para continuar no mesmo sítio de sempre e continuar a viver. Acordar
todos os dias de manhã a pensar “mais um dia a que vou ter que sobreviver”. Eu
acho que é esta resistência ao dia a dia – e a maneira como decidimos
fazer isso – que vai moldar a pessoa na qual nos vamos transformar.
Mas chega de textos filosóficos. Não sei o que se passa
comigo ultimamente e dou por mim sempre a escrever sobre a vida.
Hoje o dia (escolar) passou rápido. Só tive que acordar às 9
porque a professora de avisou que ia faltar. Não percebo porque mas sempre que
durmo até mais tarde acordo mais cansado do que nos dias em que acordo cedo. As
duas outras aulas passaram-se bem, não foram tão horríveis como de costume e
até decidi participar na aula de História. Depois foi a mesma rotina de sempre,
apanhar alguém que vá para a paragem de autocarro e ir nessa direcção. Apanhar
o yellow e caminhar até casa.
Hoje é daqueles dias em que não me importava de passar a
tarde a dormir, mas tenho um programa melhor. Combo de música.
O meu professor é o Marco Reis dos Klepht, e basicamente é o
meu ídolo. Não é rico nem nada disso, mas vive à base da música, vive daquilo
que realmente gosta. Vive da guitarra dele. E hoje em dia viver daquilo que se
gosta realmente é muito raro. Sabiam que 90% dos contabilistas odeia o trabalho
totalmente?
E pronto, eu vou tocar guitarra no combo (constituído por
mais um guitarrista, um baterista, um baixista, um vocalista, e, muito
recentemente, por um pianista). A escola Valentim Carvalho organizou audições
(como em todos os anos anteriores) e os combos vencedores vão ter como prémio a
oportunidade de gravar nos estúdios da editora Valentim de Carvalho, com um
engenheiro de som profissional. O mesmo estúdio onde gravaram os Rolling
Stones. E vão ter também a oportunidade de actuarem ao vivo na Fnac Colombo. Eu
estou mais lá para descomprimir e para aprender mais guitarra, mas não me
importava de ganhar o concurso dos combos.
Não tenho mesmo mais nada a dizer por hoje *life is boring*, espero que renda
alguma coisa lerem isto. Vou tentar vir todos os dias como de costume, mas os
primeiros testes começam já para a semana e vai ser complicado. Mas não vou
deixar o blog morrer, nunca mesmo.
Go on and
try to tear me down, I will be rising from the ground, like a skyscraper
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