quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uma Pepita de Ouro no Meio de Uma Tonelada de Carvão




Estou doente há dias. Desde segunda-feira que não vou às aulas, portanto há quatro dias. Nos primeiros dois dias era completamente impossível fazer qualquer coisa que implicasse levantar-me da cama. Erguer-me apoiando-me nos cotovelos (para tomar os remédios) era o máximo que conseguia, e mesmo assim só dava para aguentar uns 10 segundos – o suficiente para engolir aquela shit toda - antes que a minha cabeça ameaçasse explodir por completo. Não percebo porque é que fiquei doente, a minha mãe diz que é por andar sempre ‘à verão’ em qualquer estação do ano (incluindo no Inverno). Eu digo que é porque estas cenas acontecem a todos, e em qualquer altura. As consequências negativas de ter estado doente foram ter perdido toda a matéria de uma semana *não posso dizer que lamento, mas agora vou ter que compensar* , a experiência horrível que é ter uma amigdalite – que apesar de não ser nada de grave é bastante chato, e ficar trancado em casa este tempo todo. Odeio ficar trancado. Faz-me sentir preso e sem saída, mas em minha casa é diferente, sinto-me até ligeiramente protegido e aconchegado. Seguindo em frente. Os aspectos positivos foram poucos mas foram grandes . Estava eu no meu terceiro dia de cativeiro e já me sentia bem o suficiente para fazer uma curta chamada por telefone. Liguei ao meu tio, aquele tio ausente que normalmente só aparece no Natal e nos aniversários, aquele tio a quem a nossa mãe está sempre a convidar para vir jantar cá a casa e que liga no dia a seguir ao que devia ter sido o jantar a dizer que não vai poder vir. Bem, eu liguei-lhe porque me estava a sentir mesmo mal e precisava concelhos.

A conversa mudou de tema. Eu conseguia ouvi-lo teclar no computador enquanto falava comigo, mas pela voz também dava para perceber que estava ocupado. Adoro aquele gajo pah. Perguntou-me se eu já sabia o que é que eu queria seguir, após um silencio *5 talvez 7 segundos* preenchido pelo som da estática do telefone e das nossas respirações, eu respondi que achava o jornalismo interessante. Ele apoiou-me claro, sempre se mostrou preocupado com o meu futuro, e sempre se dedicou a ajudar-me. Lembro-me de uma vez em que acordei ao meio-dia na casa de férias da família no Verão (tinha passado para o 11º ano), lembro-me de descer as escadas ainda com a ‘moca’ de sono e passar pelo escritório. Perguntei-lhe o que estava lá a fazer, e estava desde as 8h00 a procurar universidades de música (que era aquilo que eu queria na altura, ou achava que queria) que eu pudesse frequentar. É uma história de outros tempos, para daqui a uns tempos. Mas estou a divagar, estava na parte da conversa com ele ao telefone. Essa conversa revelou ser bastante produtiva, ele aconselhou-me a criar o blog, Millenium. A principio fiquei apreensivo mas depois (ontem) decidi ligar o pc e fazer dele alguma coisa de útil. Criei esta cena ontem e guess what, sinto-me como se já escrevesse aqui há anos. Sinto-me como um velho aconchegado numa poltrona velha e confortável com uma manta por cima, um copo de whisky bourbon, lareira acesa e trovoada lá fora. Ou como um gajo de 16 anos, numa garagem a fazer uma estufa de marijuana num carro velho só mesmo para aquecer antes de arrancar para a noite.




Mas acima de tudo sinto-me bem com o blog, gosto dele e não tenciono parar. Devem pensar que sou um rato de biblioteca ou um cromo da turma (como aquela Teresa dos morangos com açúcar) que não tem nada para fazer e vem para aqui. Errado. Eu odeio estudar, a sério que sim, e não o afirmo para vos passar a imagem de ‘rebelde’. Tenho bastante tempo para escrever, já que estou doente e em casa. Mas vou passar a ter menos tempo quando voltar para as aulas, e vai ser nessa altura que eu vou perceber se este blog vale a pena ou não. A minha aposta é que sim. E este blog é anónimo porque eu quero que seja assim, não quero falsos conhecidos que se dizem de meus amigos e criticarem e a mandar a baixo e cenas dessas. 
Volto brevemente com novos posts.
Abraços
One Love <3

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