segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Depressive SWAG


Quem me dera ter alguma orientação. Receber uma lista com coisas para fazer, com um quadradinho em branco – que ia preenchendo com uma cruz à medida que realizava as tarefas. Pelo menos desta maneira não andaria perdido. Tinha um objectivo.
Isto é metade de mim a pensar.
A outra metade não quer cumprir os objectivos dos outros, mas sim criar os seus e lutar por eles. Mas para isso era necessário ter algum objetivo.
Por exemplo a escola. Metade da minha turma está-se completamente a cagar para aquilo, e no entanto dão-se ao trabalho de ir às aulas – coisa que não percebo e coisa que questiono constantemente.
Mas eu não me tou a cagar. Eu odeio as aulas, ya, mas quero muito ir para a universidade, arranjar o meu canto, e fazer algo de útil da vida. Não sei o que quero seguir, mas podia usar a universidade e o meu canto como motivações para me esforçar mais na escola. Infelizmente – e estupidamente – quando estou a marrar a minha motivação não é a universidade nem o meu próprio canto, mas sim para agradar à minha mãe na esperança que ela me aumente ligeiramente a mesada. É ridículo, mas pronto.
Só muito recentemente percebi que gosto bastante de jornalismo, e quando estava a estudar para o último teste pensei “quero ir para jornalismo, quero escrever para as pessoas, saber quem eram esses otários dos sans-culottes não me vai ser útil em nada, mas é preciso”. O teste correu-me bem até, e espero no mínimo um 15. O estudo rendeu muito mais do que quando a minha motivação era a minha mãe aumentar-me a mesada.
Agora a guitarra. Sempre quis que a guitarra fosse a minha paixão, mas acabei por forçar tanto esse querer que acabei por perder metade do interesse que tinha por ela. O meu objectivo era poder tocar para mim, quando estou sozinho, e tirar prazer nesse tocar solitário. Era poder tocar para os meus amigos entre risos, e boa onda. Nunca foi tocar num grande palco para ser seguido por milhares de pessoas.
Cheguei a um ponto tal que agora toco para não desiludir as pessoas. Toco para não desiludir a minha mãe que investe nas minhas aulas de guitarra à 3 anos. Toco para não desiludir o Marco – o meu professor e amigo -, que me ensina pacientemente à 2 anos (o primeiro ano não foi com ele). E toco para não desiludir a banda organizada pela escola em que me meteram. Eles querem ganhar as audições e precisam de mim.
Cheguei à conclusão que não faço nada por mim, é triste eu sei. A única coisa que eu sinto que faço mesmo por mim é quando escrevo para o blog. 


É anormal eu sentir-me bem sozinho? É anti-social? É triste?
 Estas coisas são consideradas más pela sociedade, mas eu não posso considerar que coisas que definem o meu bem estar solitário sejam consideradas más. Pura e simplesmente coisas más não podem definir uma coisa boa.
Por isso é que acho estranho quando me sinto realmente bem na presença de alguém. Pode ser alguém que conheço à anos, pode ser alguém que acabei de conhecer. I’m weirdo, and I like it – sometimes. Há pessoas que podem tornar a tua vida num autentico inferno só por não gostarem da tua maneira de ser, e fazerem questão que toda a gente saiba disso.
Uma gaja da minha turma não gosta de mim e faz questão de dizer – num momento de silêncio – em voz alta, numa aula “eu não gosto dele, ele é estranho”. Senti um ódio imenso. Só me apetecia gritar com ela, atirar-lhe a cabeça contra a parede e perguntar-lhe se humilhar as pessoas tornava a vida dela melhor. Depois de me acalmar percebo que não vale a pena. Não lhe vou dar o prazer de ter a minha atenção. Tipo o que eu quero dizer, expressar, é que não me interessa se me acham estranho, se acham digam-me na cara, não é em frente a uma data de pessoas. Se me acham estranho não falem comigo, se me desprezam tanto quanto fazem crer às pessoas, porque é que perdem tempo a falar mal de mim?
Tipo estas merdas revoltam-me mas não há nada a fazer. É cagar e andar.

Outra coisa que me define é o facto de por vezes não saber o que dizer. Penso tanto naquilo que quero dizer que acabo por não dizer nada. Engasgo-me com as palavras ou gaguejo imenso. Isso não significa que não tenha nada para dizer, significa apenas que gosto tanto de ti que tenho medo de dizer qualquer coisa errada.
                                                                                                                                                                                           

Hoje fiquei outra vez doente. Acordei super maldisposto e com febre. Portanto estou sozinho em casa enquanto todos os meus colegas se divertem na escola. Quando dizemos a alguém que estamos doentes esperamos uma resposta do tipo “que aconteceu? Estás bem?”, mas quando mandei mensagem a um amigo a dizer que estava doente ele respondeu “puto, és tu que tens a chave do cacifo, onde é que eu deixo a mala na hora de almoço? -.-“.
Se isto me tivesse acontecido à uns tempos atrás provavelmente teria começado a deprimir bué, mas honestamente, hoje não me senti mal. Acho que se tornou o tipo de coisa a que estou habituado lol. A parte boa de estar doente é que não tenho que ir à escola. Ultimamente quando acordo e penso que tenho que ir para a escola dá-me uma imensa vontade de voltar para debaixo dos lençóis e esquecer tudo. Todos os dias ir para escola é um sacrifício. Não devia ser assim... Perguntei a uma amiga minha se ela sentia o mesmo e ela disse que acordava sempre feliz por ir para a escola. What kind of human are you?
A maior parte das pessoas que acorda feliz para ir para a escola é por causa dos amigos e não por causa das aulas. Guess what, quando penso nas aulas que vou ter que aturar vou-me abaixo. Quando penso nas pessoas que vou ver na escola e que me vão olhar de lado e chamar-me estranho quando passar por elas, começo a chorar. Sinto que ao escrever isto estou a ser extremamente egoísta. Não faço senão lamentar-me da vida. O mundo não gira à minha volta.

Tenho o hábito de ficar doente nos dias em que acontece sempre alguma coisa de interessante na escola. Quando vou, o dia todo é um tédio imenso quase impossível de suportar, mas é incrível a quantidade de mensagens que recebo nos dias em que não vou a dizer que nesse dia devia ter ido. Provavelmente também já vos aconteceu o mesmo.





(every fucking single day)

Confesso que tenho imensas saudades do campo. Pode parecer estranho dito por um rapaz de 16 anos, quando a maior parte do pessoal da minha idade prefere sem dúvida a cidade, onde toda a acção decorre (Itálico). Mas como já como já ouvi dizer “as melhores coisas da vida são grátis”. Nada pode comprar o sossego do campo, nem o cheiro do orvalho e a brisa matinal quando acordam, especialmente se juntarem a isso o canto dos pássaros, e a neblina que não vos deixa ver mais do que 5 metros para a frente, e que se vai dissipando ao longo da manhã. Nada pode comprar o canto das cigarras à noite, nem a vista para um céu iluminado de estrelas que são completamente invisíveis na cidade.
Sinto falta das árvores e das folhas.



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